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Na última segunda-feira (04), a diretoria do Corinthians enviou uma proposta à Justiça de São Paulo para a realização do pagamento da dívida referente ao valor de 367 milhões de reais. Caso aceito, o órgão, responsável pelo gerenciamento do Regime Centralizado de Execuções (RCE), deve aceitar que o valor seja abatido em parcelas a serem pagas em até 10 anos.
O plano de pagamento parte da ideia de destinar 4% das receitas mensais do clube para o pagamento dos credores, permitindo assim que o clube siga operando sem riscos. Esses valores envolvem todos os tipos de receitas do clube, menos a venda de jogadores, que não está inclusa. Os valores de transferências tem outro destino, 5% irá para leilões reversos.
Advogado e diretor jurídico financeiro do Corinthians, Vinícius Cascone explica modelo para pagar dívidas
"O Corinthians entendeu que esse modelo é bem mais vantajoso. Temos muitas dívidas, elas foram se acumulando ao longo dos últimos anos e temos que resolver o problema. Tivemos inúmeros processos, inúmeros bloqueios. Muitas vezes, gerava o vencimento antecipado das parcelas e estava nos sufocando. Você não conseguia pagar, é uma situação grave."
"Propor a RCE é um caminho para organizar o fluxo de pagamentos para fazer com que todos recebam e não apenas um. Também não podemos deixar a dívida aumentar. Temos que honrar com nossos compromissos. O Corinthians propôs esse regime para organizar sua dívida e regularizar sua situação. As obrigações recorrentes do mês serão pagas em dia e isso facilitará demais a organização jurídica e financeira do Corinthians."
"O Corinthians deve muito dinheiro de tributos. Estamos discutindo uma transação tributária para também fazer um parcelamento e botar em dia essa questão para fazer com os governos recebam o dinheiro devido pelo clube." Disse Vinícius Cascone em entrevista ao podcast do Timão, o Poropopod.
Entre notas de supermercado e medicamentos comprados fora de SP, relatório levanta suspeitas sobre o uso de adiantamentos
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Um relatório de prestação de contas da presidência do Corinthians, referente ao período de 26 de setembro a 31 de outubro de 2023, aponta 176 despesas que somam R$ 86,5 mil. Deste total, R$ 80 mil teriam sido entregues em espécie ao então presidente Duílio Monteiro Alves, em três parcelas.
A maior parte do valor foi usada em alimentação, com destaque para sete notas fiscais emitidas pelo “Oliveira Minimercado”, que totalizam R$ 32,5 mil em serviços de buffet. O endereço da empresa, no entanto, corresponde a uma residência no Jardim Ângela, sem sinais de funcionamento comercial.
Outros gastos envolvem redes de fast food, padarias, bebidas alcoólicas, medicamentos – incluindo remédios para disfunção erétil comprados no mesmo dia de um jogo do Timão em Fortaleza –, além de barbearia, lavanderia e até um cachorro de pelúcia. No setor de transporte, foram R$ 13,8 mil em abastecimento e manutenção.
O documento foi assinado por Denilson Grillo, ex-motorista de Duílio, que negou a autoria da rubrica. Já os ex-dirigentes Wesley Melo e João de Oliveira disseram não reconhecer o relatório. O Conselho de Orientação de Orientação recomendou envio do caso à Comissão de Ética, que pode propor a exclusão do ex-presidente do quadro social.
Em nota, Duílio afirmou que sua gestão controlou gastos e elevou o faturamento do clube. Ele declarou que não teve acesso aos documentos citados e, por isso, só irá se manifestar quando puder verificar as informações. Após a publicação da reportagem, disse que apresentaria uma notícia-crime à DRADES contra a circulação dos dados.
O clube enfrenta sequência difícil no Brasileirão e precisa reagir mesmo com elenco limitado, protestos da torcida e crise institucional
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O Corinthians atravessa um período de instabilidade que vai além das quatro linhas. A gestão do clube enfrenta sérios desafios administrativos e financeiros, que refletem diretamente no desempenho da equipe dentro de campo. A falta de transparência e as recentes polêmicas, como o sumiço de documentos importantes, têm gerado desconfiança entre torcedores e membros do clube.
No aspecto esportivo, a equipe comandada por Dorival Júnior enfrenta dificuldades em obter resultados positivos. A sequência de jogos no Campeonato Brasileiro se apresenta desafiadora, e a pressão por uma reação imediata é crescente. A comissão técnica busca alternativas para reverter o cenário atual, mas a falta de recursos e a instabilidade interna complicam os planos.
A torcida, tradicionalmente apaixonada e engajada, também demonstra preocupação. A recente convocação de protestos, como o organizado pela Gaviões da Fiel, evidencia o descontentamento da massa alvinegra com a atual administração. A cobrança por respostas claras e ações concretas é uma constante nas manifestações.
Além disso, a situação financeira do clube, agravada por dívidas e contratos controversos, limita as opções para reforçar o elenco e investir em melhorias estruturais. A necessidade de uma reestruturação administrativa e esportiva é urgente para que o Corinthians possa retomar seu caminho de sucesso.
Em meio a esse cenário desafiador, o Corinthians precisa encontrar soluções rápidas e eficazes para superar a crise. A união entre diretoria, comissão técnica, jogadores e torcida será fundamental para que o clube volte a trilhar o caminho das vitórias e reconquiste a confiança de sua apaixonada torcida.
Manifestação acontecerá em frente ao Parque São Jorge na próxima quinta-feira, convocando torcedores para pressionar por respostas claras
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A principal torcida organizada do Corinthians, a Gaviões da Fiel, convocou seus membros e torcedores em geral para um protesto nesta quinta-feira (24), às 19h10, em frente ao Parque São Jorge, sede social do clube. O ato visa cobrar explicações sobre o desaparecimento de documentos oficiais relacionados à gestão do presidente Duilio Monteiro Alves.
Segundo a Gaviões da Fiel, a falta de transparência e a ausência de respostas por parte da diretoria motivaram a manifestação. A torcida exige esclarecimentos sobre os gastos realizados durante a gestão atual e questiona a destinação de recursos do clube.
A convocação foi feita por meio das redes sociais da organizada, que destacou a importância da participação de todos os torcedores que compartilham da mesma preocupação. A manifestação será pacífica e busca chamar a atenção para a necessidade de maior responsabilidade na administração do Corinthians.
A Gaviões da Fiel tem histórico de mobilizações em defesa do clube e já realizou protestos semelhantes em outras ocasiões. A torcida espera que a atual gestão atenda às demandas e promova as mudanças necessárias para o bem do Corinthians.
O protesto está aberto a todos os torcedores, organizados ou não, e visa reforçar a importância da participação ativa da torcida na vida do clube.