Huracán x Corinthians: Jogo decisivo pode fazer Rodrigo Garro voltar aos gramados pelo Timão

O ex-presidente do Corinthians, Duilio Monteiro Alves, se manifestou oficialmente sobre a polêmica envolvendo a venda de 30% dos direitos econômicos do atacante Pedro, atualmente no Zenit, da Rússia. Em nota divulgada nas redes sociais, Duilio classificou a negociação como “absurda” e questionou a conduta da gestão do clube, então comandada por Augusto Melo, destituído em 9 de agosto.

A venda teria ocorrido de forma parcelada, com parte do montante supostamente utilizada para quitar a compra de Yuri Alberto. Duilio negou a informação, afirmando que a transação não envolveu quitação posterior e que a negociação não foi devidamente anunciada pelo clube. Ele criticou a gestão de Augusto Melo, destacando a urgência de sua destituição.

Formado nas categorias de base do Corinthians, Pedro foi vendido ao Zenit por 9 milhões de euros, com o Timão mantendo 30% dos direitos econômicos. Recentemente, o clube russo iniciou negociações para transferir o atacante ao Al-Ittihad, da Arábia Saudita, por cerca de 35 milhões de euros. Caso o Corinthians tivesse mantido a totalidade dos direitos, poderia ter recebido mais de R$ 70 milhões. Com a venda dos 30%, o clube agora passa a ter apenas 2,5% de participação em uma eventual transação futura, considerando o tempo em que o jogador defendeu o Timão.

Duilio reforçou ainda que a informação divulgada por algumas matérias de que a negociação de Pedro teria envolvido pendências financeiras é falsa. Ele afirmou que qualquer questionamento teria sido esclarecido caso os repórteres procurassem a presidência à época.

A polêmica reacende o debate sobre a transparência na gestão do Corinthians e a administração dos direitos econômicos de jogadores formados nas categorias de base. A repercussão deve impactar a imagem da diretoria passada e da atual, enquanto o clube acompanha negociações de alto valor envolvendo ex-atletas da base.

Faltando menos de três dias para o fechamento da janela de transferências, o Corinthians busca reforçar seu setor ofensivo, mesmo contando com respostas positivas dos jovens Kaike e Gui Negão diante dos desfalques de Memphis Depay e Yuri Alberto. No entanto, o clube enfrenta um obstáculo: o transfer ban imposto pela FIFA devido à contratação do zagueiro Félix Torres.

Nos bastidores, a diretoria corintiana mantém negociações com o Santos Laguna, do México, buscando parcelar os R$ 33,4 milhões da dívida pelo defensor equatoriano. A solução desse impasse seria fundamental para registrar novos jogadores e avançar nas negociações com possíveis reforços até o fechamento da janela, marcado para terça-feira (02), às 19h.

Enquanto isso, o clube já tem o atacante Kaio César, do Al-Hilal, da Arábia Saudita, praticamente acertado. O jogador de 22 anos recebeu aprovação para a transferência, mas a inscrição depende do desbloqueio do transfer ban. Desde o início da janela, o Timão vinha negociando o empréstimo do brasileiro, que não encontrava espaço no time do técnico Simone Inzaghi.

Além de Kaio César, o Corinthians tem negociações avançadas por Agustín Anello, atacante de 23 anos que defende o Boston River, do Uruguai. Assim como o brasileiro, a concretização do negócio depende da regularização da pendência financeira com o Santos Laguna. Até o momento, o único reforço ofensivo do Timão nesta janela foi Vitinho, de 31 anos, livre após deixar o Al-Ettifaq, da Arábia Saudita.

Enquanto busca reforços, o Corinthians pode contar com o retorno de Yuri Alberto para o jogo de volta da Copa Betano do Brasil contra o Athletico-PR. O atacante avança na recuperação após cirurgia de hérnia inguinal e já realiza trabalhos parciais com o restante do elenco, reforçando a expectativa por soluções imediatas para o setor ofensivo.

Marcelinho Carioca, ex-jogador e ídolo do Corinthians, expressou profunda insatisfação com a atual crise política que abala o clube. Segundo o ídolo, essa instabilidade tem prejudicado o desempenho do time nos bastidores e interfere negativamente no ambiente interno do clube.

O ex-camisa 11 trouxe como referência o modelo de gestão que marcou o início da década passada no Flamengo: um fundamento de estabilidade política e planejamento responsável que contribuiu diretamente para a estruturação de um elenco forte e competitivo. Ele sugeriu que o Corinthians inspire-se nesse modelo para retomar a confiança de torcedores e colaboradores.

Esse chamado à inspiração tem uma razão clara: Marcelinho entende que a organização política e administrativa impacta diretamente na montagem e manutenção de um elenco de qualidade. A eficiência dessa estrutura seria fundamental para proporcionar condições ideais de trabalho aos jogadores e, assim, obter melhores resultados dentro de campo.

O posicionamento do ídolo chega em um momento delicado: o clube enfrenta incertezas sobre sua liderança desde o processo de impeachment de Augusto Melo, além de divisões internas e questionamentos sobre a gestão executiva. Essa turbulência repercute em todo o entorno do clube, dificultando a tomada de decisões estratégicas.

Ao retomar à tona um exemplo de governança bem-sucedida, Marcelinho reforça a urgência de um plano de ação com foco não apenas nos resultados dentro de campo, mas também em recuperação política do Corinthians. A mensagem é clara: só com estabilidade e profissionalismo será possível retomar o caminho da competitividade e da credibilidade.