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Durante invasão de torcedores organizados ao Parque São Jorge, sede social do Corinthians, na tarde desta terça-feira, 3, uma grande faixa foi estendida no portão com a mensagem: “Luto, fechado por má administração”.
Os manifestantes alegam que o Corinthians vem sendo prejudicado por gestões incompetentes e omissas, que acumulam dívidas e afastam o clube de sua essência popular. Entre as principais reivindicações, destacam-se a alteração do estatuto para permitir que o programa Fiel Torcedor tenha direito a voto, além da punição de dirigentes responsáveis por problemas financeiros do clube. O protesto também rejeita a volta de grupos políticos que, segundo os organizadores, contribuíram para a crise administrativa do Timão.
A mobilização ocorreu em meio a um período de instabilidade política no clube. Recentemente, o presidente Augusto Melo foi afastado do cargo após um processo de impeachment, mas tenta reassumir a posição com apoio de aliados no Conselho Deliberativo. Esse cenário de disputa interna tem gerado revolta entre os torcedores, que veem a situação como um reflexo da falta de governança e planejamento dentro do Corinthians.
A diretoria do Corinthians ainda não se pronunciou oficialmente sobre o ato, mas a pressão dos torcedores pode influenciar futuras decisões administrativas. A expectativa é que o Conselho Deliberativo analise as demandas apresentadas e busque soluções para os problemas apontados pelos manifestantes.
As torcidas organizadas da Gaviões da Fiel, Camisa 12, Pavilhão Nove, Estopim da Fiel, Coringão Chopp e Fiel Macabra estiveram presentes na manifestação desta terça-feira. A Polícia Militar esteve presente no Parque São Jorge, mas não houve informações de ocorrências durante o protesto.
Em meio à crise política, a maior organizada da equipe paulista quer ampliar a participação da torcida na eleição do clube
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A Gaviões da Fiel divulgou, nesta quarta-feira, a proposta de alteração do Estatuto do Sport Club Corinthians Paulista. O projeto foi protocolado no dia 12 de julho de 2024 e sugere a criação de uma nova categoria de sócio-torcedor com direito a voto nas eleições do clube.
Segundo a Gaviões, o objetivo é respeitar as tradições do Corinthians, valorizar os associados que frequentam o Parque São Jorge e ampliar a participação da torcida na política interna. A proposta é inspirada em modelos utilizados por clubes internacionais.
A entidade entende que, após a apresentação do projeto, o agravamento da crise política do clube exige novas discussões. A reforma do estatuto foi um dos pontos defendidos pela organizada no protesto realizado na última terça-feira, na sede social do Corinthians. O projeto pode ser acessado clicando aqui.
Enquanto isso, Osmar Stabile, presidente interino, afirmou que a mudança só pode ocorrer por decisão do Conselho Deliberativo. O processo ocorre em meio ao afastamento de Augusto Melo, que terá sua situação definida em assembleia no dia 9 de agosto.
Confira a nota da Gaviões da Fiel:
Hoje não é dia de TBT, mas é dia de relembrar e reforçar um compromisso com o futuro do Corinthians. Compartilhamos, na íntegra, a proposta de alteração do Estatuto do Sport Club Corinthians Paulista, protocolada em 12 de julho de 2024. Confira no link:
Nosso projeto tem como objetivo incluir uma nova categoria de sócio-torcedor com direito a voto nas eleições do clube, sempre respeitando as características históricas do SCCP e valorizando o sócio que frequenta e vive o dia a dia das dependências sociais.
Inspirado em modelos de sucesso aplicados em outros grandes clubes do mundo, essa proposta busca fortalecer a participação da Fiel na vida do Corinthians, além de gerar receitas relevantes para ajudar no saneamento das dívidas, criando condições para que o Timão volte ao protagonismo — não só dentro de campo, mas também em termos de gestão, transparência e democracia, como a nossa história exige.
Sabemos que o tempo passado desde a entrega do projeto, somado ao agravamento da atual situação do clube, exige uma nova rodada de debates, onde novas ideias e propostas possam ser incorporadas, especialmente no que se refere à governança corporativa e a modelos mais modernos e transparentes de administração.
Bora participar, Fiel!
Reforçamos nosso pedido para que o Conselho Deliberativo do SCCP abra novas audiências públicas, ampliando o debate para que possamos, juntos, construir um Corinthians mais forte, mais democrático e mais transparente.
Acreditamos que somente uma discussão honesta, aberta e participativa é capaz de recolocar o Corinthians no lugar que ele merece.
Apesar da longa espera, seguimos confiantes no avanço desta proposta e no impacto positivo que ela pode gerar — tanto na modernização do clube quanto no fortalecimento da nossa torcida como protagonista da nossa própria história.
Após denúncias e reclamações das organizadas, a equipe comandada por Osmar Stabile restringirá o acesso de empresários à base
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O Corinthians terá segurança reforçada no CT das categorias de base. O presidente interino, Osmar Stabile, afirmou que empresários não poderão mais circular livremente pelo local, como medida de controle.
Uma das principais cobranças das torcidas organizadas foi sobre o volume de contratações na base. A Gaviões da Fiel esteve no CT há cerca de um mês, após denúncias feitas por Dinei sobre supostas propinas.
Diante das suspeitas, Stabile determinou o reforço da fiscalização. Segundo ele, a segurança no CT do Corinthians já havia sido ampliada na semana passada, após a votação do impeachment.
“A segurança estamos reforçando no CT da base. Porque nós não podemos mais aceitar empresários no CT da base”, declarou Stabile em coletiva, acrescentando que todas as negociações passarão a ocorrer no Parque São Jorge.
O dirigente afirmou que as conversas com empresários devem ser realizadas somente na sede social, com a presença do executivo da base e do departamento jurídico. Em 2024, mais de 80 atletas foram incorporados às categorias juvenis.
Clube está passando por problemas em sua gestão administrativa que tem se refletido no medo dos patrocinadores em continuarem com o Timão
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O Corinthians vive um momento turbulento nos bastidores, com patrocinadores ameaçando romper contratos devido à instabilidade política do clube. A crise se intensificou após a tentativa do presidente afastado Augusto Melo de retomar o poder e a invasão de torcidas organizadas ao Parque São Jorge.
A situação se agravou quando o Conselho de Ética votou pelo afastamento de Romeu Tuma Jr., presidente do Conselho Deliberativo, gerando uma série de disputas internas. Em meio à confusão, a 1ª Secretária do Conselho, Maria Angela de Sousa Ocampos, se autoproclamou presidente do grupo, o que gerou ainda mais insegurança jurídica.
Diante desse cenário, patrocinadores do clube demonstraram preocupação com a exposição negativa e passaram a cogitar a rescisão de contratos. A incerteza sobre a governança do Corinthians e os conflitos internos fizeram com que algumas empresas reconsiderassem suas parcerias, temendo impactos em suas marcas.
A crise política do clube tem sido acompanhada de perto por especialistas e juristas, que apontam falhas na condução dos processos internos. A falta de respaldo do Conselho Deliberativo para algumas decisões gerou questionamentos sobre a legalidade das medidas adotadas, aumentando a insegurança entre investidores e patrocinadores.
Para tentar conter os danos, a diretoria interina do Corinthians busca alternativas para estabilizar a gestão e evitar prejuízos financeiros. O clube pretende reforçar a transparência e adotar medidas para garantir a continuidade dos contratos comerciais, minimizando os impactos da crise.
O desfecho da situação será crucial para definir os rumos do Corinthians nos próximos meses. A relação com patrocinadores e investidores dependerá da capacidade do clube de restaurar a confiança e resolver os conflitos internos. Enquanto isso, a torcida aguarda por soluções que possam garantir a estabilidade e o futuro da equipe.