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Após o confronto do meio de semana contra o Barcelona de Guaiaquil, que culminou na eliminação do Corinthians na fase preliminar da Libertadores, a direção do clube precisa ficar de olho no orçamento para 2025, pois não era esperado que a equipe saísse da competição tão cedo. A projeção de arrecadação financeira do clube com a competição previa a disputa de oitavas de final do torneio.
Ao deixar a competição antes mesmo da fase de grupos, o Corinthians deixa de embolsar ao menos potenciais 33,2 milhões de dólares (algo em torno de R$ 190,6 milhões) em bônus pagos pela CONMEBOL. Esse é o valor máximo que um clube pode faturar no torneio sul-americano caso vença todos os jogos da fase inicial e depois consiga chegar ao título.
Com isso, o Corinthians poderá ver uma necessidade maior de vender os seus jogadores no meio desta temporada. No início do ano, jogadores como Rodrigo Garro, Breno Bidon e Yuri Alberto receberam sondagens e até mesmo propostas para deixar o clube do Parque São Jorge, porém, a diretoria preferiu segurar os atletas para os principais torneios.
"No ano passado a gente fez por volta de R$ 330 milhões em venda de jogador. Eu coloquei no orçamento desse ano algo muito menor, o suficiente para fechar as contas e baseado no que a gente está acreditando, que é reduzir despesas. Coloquei R$ 180 milhões em vendas. Esses R$ 180 milhões, se fosse em janeiro ou fevereiro uma parte disso, melhor. Mas estou olhando para o orçamento do ano. Se eventualmente eu não fizer nenhuma venda em janeiro, eu preciso fazer no meio do ano. Eu preciso completar esse orçamento de R$ 180 milhões." Explicou o Pedro Silveira, diretor financeiro do Corinthians, em entrevista ao podcast 'Sports Market Makers', no fim de fevereiro.
"A gente está muito atento a isso, a gente precisa fazer vendas ao longo do ano. Mas existe a janela em que se pega mais valor e que acontecem mais negócios, que é janela do meio do ano. Não preciso apressar uma venda agora sendo que eu tenho coisas agora [a disputar]. Esse time ainda precisa conquistar mais resultados e a gente está muito confiante para esse ano. Porém, financeiramente falando, eu tenho como trabalhar isso. Esse é o caminho."
Com dívidas superiores a R$ 2,5 bilhões, Timão segue sendo o mais endividado no Brasil e enfrenta desafios financeiros em sua gestão
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O Corinthians ocupa a posição de clube mais endividado do Brasil, com uma dívida total de R$ 2,568 bilhões em 2024. Esse montante representa um aumento de 30% em relação ao ano anterior, quando o endividamento era de R$ 1,9 bilhão.
A dívida do clube é composta por diferentes categorias, incluindo:
Dívidas tributárias: R$ 817 milhões
Financiamento da Neo Química Arena: R$ 677 milhões
Dívidas cíveis e tributárias: R$ 926 milhões (sendo que apenas R$ 367 milhões estão listados no Relatório Contábil e Econômico).
Apesar de uma receita recorde de R$ 1,115 bilhão em 2024, o clube registrou um déficit de R$ 181,7 milhões no ano, revertendo a tendência de superávit observada nos três anos anteriores.
A gestão atual, liderada por Augusto Melo, contesta parte das dívidas apresentadas no balanço de 2024, alegando que R$ 191 milhões foram herdados da administração anterior. Além disso, a diretoria busca uma nova votação das contas, que foram reprovadas pelo Conselho Deliberativo.
Em resposta ao endividamento, a torcida organizada Gaviões da Fiel lançou a campanha "Doe Arena Corinthians", que arrecadou R$ 39 milhões para quitar parte da dívida com a Caixa Econômica Federal, referente ao financiamento da Neo Química Arena.
Presidente do Conselho Deliberativo do Timão condiciona votação de impeachment de Augusto Melo ao encerramento da investigação do caso VaideBet
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Durante coletiva no Parque São Jorge nesta quarta-feira (7), Romeu Tuma Jr., presidente do Conselho Deliberativo do Corinthians, declarou que aguardará o encerramento do inquérito sobre o caso VaideBet para retomar a votação do impeachment de Augusto Melo. A expectativa, segundo ele, é que o processo avance até o fim de maio ou início de junho.
Tuma reforçou que o rito do impeachment é previsto no estatuto do clube e não tem relação direta com a investigação criminal conduzida pela Polícia Civil. “O estatuto não convive com a polícia ou a justiça. Conselheiro não investiga crime, julgamos infrações estatutárias”, afirmou.
Apesar de ressaltar que o Corinthians tem um tempo diferente do da Justiça, o dirigente também disse que, caso o inquérito demore demais, pode agendar a votação mesmo assim. Segundo ele, o Conselho precisa agir com base no estatuto e não esperar indefinidamente pela apuração policial.
A investigação do caso VaideBet deve ser concluída ainda nos próximos dias. Já foram ouvidos Augusto Melo, o diretor Marcelo Mariano e o ex-assessor Sérgio Moura, pelos representantes da Polícia Civil e do Ministério Público.
O presidente Augusto Melo enfrenta atualmente quatro pedidos de impeachment. O primeiro diz respeito ao caso VaideBet. Os demais envolvem falta de transparência financeira, reprovação das contas do primeiro ano de gestão e um pedido da Comissão de Justiça do clube.
Sob pressão no Corinthians, Augusto Melo tem contas reprovadas, perde apoio da Gaviões e enfrenta seu quarto pedido de impeachment
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O presidente do Corinthians , Augusto Melo, enfrenta pressão interna e externa após a reprovação das contas de sua gestão pelo Conselho Deliberativo do clube. A decisão ocorreu após pareceres negativos do CORI (Conselho de Orientação) e do Conselho Fiscal, que apontaram inconsistências nos números apresentados referentes ao exercício de 2023.
A diretoria alega que os pareceres foram motivados por questões políticas e insiste na reabertura do balanço do último ano da gestão anterior, sob a justificativa de que foram encontradas “provisões de contingência” não incluídas anteriormente. Entre os valores mencionados, estão dívidas com ISS, Profut e contingências jurídicas.
No campo político, Augusto Melo perdeu o apoio da Gaviões da Fiel, principal torcida organizada do clube. Em nota, a torcida afirmou que não se oporá a reuniões que discutam o impeachment do presidente, apontando problemas de gestão, nomeações políticas e falta de transparência como motivos para a mudança de postura.
A crise administrativa se intensificou com a formalização de um novo pedido de impeachment por parte do conselheiro Paulo Roberto Bastos Pedro. O documento aponta ausência de informações, atraso na revisão orçamentária e dificuldades no acesso a documentos solicitados por órgãos internos do clube.
Além da situação política e contábil, Augusto Melo também é investigado no inquérito do caso VaideBet, conduzido pela Polícia Civil de São Paulo. A apuração está em fase final, e o presidente já prestou depoimento como investigado no processo.