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O Corinthians conseguiu solucionar nesta quarta-feira (9) uma pendência financeira com a empresa Gocil, responsável pela segurança no Brasil do atacante Memphis Depay. A dívida, que somava R$ 326.509,04, referia-se a duas notas vencidas em 30 de junho, nos valores de R$ 134.794,21 e R$ 191.714,83, respectivamente. O atraso ocorreu devido a dificuldades no fluxo de caixa, agravadas pela antecipação de receitas durante a gestão anterior.
A diretoria atual, liderada por Osmar Stábile, conseguiu reunir recursos para quitar o débito, o que também permitiu regularizar os salários de jogadores e funcionários, que haviam sido pagos com um dia de atraso. A quitação da dívida com a Gocil representa um alívio momentâneo em meio à crise financeira que afeta o clube, que ainda busca alternativas para estabilizar suas finanças e evitar novos atrasos.
O caso ganhou repercussão após vir à tona que Memphis Depay, contratado com status de estrela e recebendo cerca de três milhões de reais, vinha enfrentando atrasos em compromissos contratuais. O jogador notificou o clube duas vezes por pendências que somavam R$ 6,1 milhões, incluindo seus direitos de imagem e bônus pela conquista do Campeonato Paulista deste ano. Parte desse valor, R$ 1,4 milhão, já foi paga, mas ainda restam cerca de R$ 4,7 milhões a serem quitados.
A situação gerou desconforto interno, especialmente entre os demais atletas como a equipe de futebol feminino, que ainda aguardam o pagamento de premiações. A diretoria, no entanto, afirma que está empenhada em resolver todas as pendências e que o pagamento à empresa de segurança foi um passo necessário para garantir a permanência de Memphis e preservar a imagem institucional do clube.
Além disso, o Corinthians aposta em receitas futuras, como parte das luvas do novo contrato com a Nike, para reforçar o caixa. A expectativa é que, com ajustes administrativos e maior controle financeiro, o clube consiga honrar seus compromissos e manter o elenco focado nos desafios do segundo semestre, incluindo o Campeonato Brasileiro e a Copa do Brasil.
Dirigente afastado do clube do Parque São Jorge tem tentado de todas as formas reverter sua situação que está comprometida
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O presidente afastado do Corinthians, Augusto Melo, solicitou oficialmente à Justiça o levantamento do sigilo no inquérito que investiga o contrato entre o clube e a casa de apostas VaideBet. A petição foi protocolada na 2ª Vara de Crimes Tributários da Capital e assinada por seus advogados, que alegam que ele “nada deve e nada teme”. A defesa afirma que a transparência é essencial para preservar a imagem do clube e garantir o direito à ampla defesa.
Melo foi afastado do cargo em maio de 2025, após denúncias apontarem irregularidades na intermediação do contrato de patrocínio, que previa o repasse de R$ 360 milhões ao Corinthians em três anos de contrato. A investigação revelou o envolvimento de uma empresa de fachada e indiciou o dirigente por furto qualificado, lavagem de dinheiro e associação criminosa. A VaideBet rescindiu o acordo em junho, agravando a crise institucional no clube.
Na petição, os advogados anexaram certidões negativas e destacaram que Augusto não possui antecedentes criminais nem vínculos com os demais investigados. A defesa também conduz uma investigação paralela, conforme previsto pela OAB, e acredita que os documentos reunidos comprovarão a inocência do ex-presidente.
Recentemente o seu advogado e ex-Ministro do governo de Dilma Rousseff, José Eduardo Cardozo, explicou o motivo de ter aceitado o caso de Augusto Melo. Ele afirma que encontrou “graves lesões aos direitos” do presidente afastado do Corinthians e que isso o teria prejudicado sua situação no processo de impeachment.
O caso provocou uma série de mudanças internas no Corinthians, incluindo a renúncia de diretores e a instauração de um processo de impeachment. A decisão final sobre a permanência de Melo será tomada em assembleia geral marcada para 9 de agosto, quando os sócios votarão pela destituição definitiva ou pelo retorno do dirigente ao cargo.
Enquanto isso, o presidente interino Osmar Stábile tenta estabilizar a gestão, renegociar dívidas e tenta manter o elenco competitivo. A crise também reacendeu o debate sobre a responsabilidade dos clubes na escolha de patrocinadores e a necessidade de maior rigor na fiscalização de contratos milionários. O pedido de fim de sigilo representa uma tentativa de reverter a narrativa e recuperar a confiança da torcida que espera dias melhores. A expectativa é que, com o inquérito público, novos elementos venham à tona e esclareçam os fatos que abalaram o Parque São Jorge.
Gestão tenta reequilibrar fluxo de caixa em meio a bloqueios judiciais, dívidas com fornecedores e compromissos salariais pendentes
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O Corinthians não efetuou o pagamento de R$ 326 mil à empresa responsável pela segurança do atacante Memphis Depay, conforme divulgado pelo site Terra. O valor refere-se ao serviço privado contratado para garantir a proteção do jogador durante sua estadia no Brasil.
Segundo fontes ligadas ao clube, o atraso decorre de um fluxo de caixa apertado, agravado por blocos judiciais e despesas recorrentes que exigem medidas emergenciais da gestão. O clube, inclusive, vem enfrentando dificuldades para quitar salários e pagar fornecedores.
A empresa contratada estaria preparada para interromper as atividades caso o valor não fosse pago em breve, o que poderia comprometer a segurança pessoal do atleta. A falta de recursos cria um efeito dominó que pode afetar a imagem do Corinthians em futuras contratações de jogadores estrangeiros.
Em nota encaminhada à imprensa, a diretoria confirmou o atraso, mas garantiu que a pendência será resolvida nos próximos dias, priorizando a quitação da dívida e evitando riscos à integridade do jogador. Reforçou ainda que busca normalizar o fluxo de pagamentos com fornecedores e prestadores de serviço.
O episódio reforça os desafios financeiros enfrentados pelo Corinthians em diversos setores — desde salários e premiações até serviços essenciais — e ressalta a necessidade de ajustes orçamentários, sobretudo em paralelo à gestão de contratações de alto valor como a de Depay.
Confraternizações foram suspensas para garantir neutralidade institucional, com clima tenso entre aliados do ex-presidente e gestão liderada por Stabile
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No dia 26 de maio, o Conselho Deliberativo do Corinthians aprovou o afastamento provisório de Augusto Melo da presidência, num placar de 176 votos a favor, 57 contra e uma abstenção—movimento que promete aquecer ainda mais o cenário político do clube até a próxima Assembleia Geral, marcada para 9 de agosto no Parque São Jorge.
O imbróglio político resultou no cancelamento de eventos tradicionais no clube, como churrascos e confraternizações de sócios, para evitar que fossem usados como instrumentos de campanha – uma medida determinada pela Comissão Eleitoral, presidida por Dalton Gioia, para garantir isenção e evitar uso eleitoral dessas atividades.
A movimentação intensificou as articulações internas: o grupo de Osmar Stabile, presidente interino, fortaleceu seu poder dentro do xadrez político — sobretudo aliados como Romeu Tuma Jr., Fran Papaiordanou e Paulo Garcia — enquanto a base aliada de Melo busca meios de reverter o impeachment.
Em meio a essa tensão, aliados de Melo chegaram a tentar reverter judicialmente seu afastamento — mas uma tentativa recente caiu por terra. O episódio desencadeou críticas da direção interina e conduziu a abertura de boletins de ocorrência por constrangimento e tumulto após a tentativa de retomada do poder no Parque São Jorge.
Agora, a expectativa gira em torno da votação entre os sócios em agosto: se for aprovado o impeachment, o Corinthians convocará eleições indiretas. Caso contrário, Melo retorna ao cargo. Até lá, a gestão interina tenta manter a normalidade no clube, enquanto o ambiente esportivo também acompanha de perto essa disputa institucional.