
Clube
|
Há um mês, o Conselho Deliberativo do Corinthians aprovou a admissibilidade do processo de impeachment contra o presidente Augusto Melo, em uma reunião marcada por tumultos e agressões. Contudo, o encontro foi suspenso antes da votação final sobre o afastamento do dirigente, e desde então, o clube enfrenta um impasse sem previsão para a retomada da deliberação.
O presidente do Conselho, Romeu Tuma Jr., é responsável por agendar a nova reunião, mas tem adiado a convocação, alegando preocupações com a segurança dos conselheiros e do clube. Tuma afirmou que o encontro só será retomado quando houver garantias totais de segurança por parte das autoridades. Entre as alternativas consideradas estão a realização da reunião em um batalhão da Polícia Militar ou na Neo Química Arena, em vez do Parque São Jorge, para evitar novos incidentes.
Enquanto isso, Augusto Melo permanece no cargo e busca apoio político para impedir o impeachment. Paralelamente, ele tenta afastar Romeu Tuma Jr. da presidência do Conselho Deliberativo. O processo de destituição foi motivado por suspeitas de irregularidades no contrato de patrocínio com a empresa VaideBet, além de infrações à Lei Geral do Esporte e desrespeito ao estatuto do clube.
A Polícia Civil investiga tanto as supostas irregularidades que originaram o pedido de impeachment quanto as agressões e intimidações ocorridas na reunião de janeiro. Para que Augusto Melo seja afastado, é necessário que a maioria dos conselheiros vote a favor do impeachment, decisão que posteriormente deve ser referendada pelos sócios do clube em assembleia geral. Caso seja destituído, o primeiro vice-presidente, Osmar Stábile, assumirá a presidência até o fim do mandato, previsto para dezembro de 2026.
A indefinição sobre a continuidade ou não de Augusto Melo à frente do Corinthians gera instabilidade nos bastidores do clube, afetando tanto a gestão administrativa quanto o ambiente esportivo. A expectativa é que, com a garantia de condições seguras, a nova reunião do Conselho Deliberativo seja agendada em breve para resolver o impasse que paira sobre o Parque São Jorge.
Ex-presidente do Timão que é conselheiro vitalício do clube já havia pagado no último sábado, a quantia referente ao primeiro gasto indevido
|
O ex-presidente do Corinthians, Andrés Sanchez, novamente se tornou o centro das atenções após a divulgação de uma nova fatura do cartão corporativo do clube, que aponta indícios adicionais de despesas pessoais realizadas durante sua gestão. O documento, revelado nas redes sociais, inclui registros de compras em destinos turísticos como Tibau do Sul (RN) e Fernando de Noronha e em restaurantes passando os valores de seis mil reais, realizadas entre 2019 e 2020, período em que Sánchez estava afastado da presidência para homenagear vice-presidentes do clube.
Entre os gastos identificados estão hospedagens, passeios e refeições em locais sem relação com atividades oficiais do Corinthians. A nova fatura reforça suspeitas já levantadas anteriormente, levando o Conselho de Orientação (Cori) a aprovar, por maioria apertada, o encaminhamento do caso à Comissão de Ética do clube. A decisão foi tomada em reunião realizada na última segunda-feira (14), com presença de ex-dirigentes como Duílio Monteiro Alves e Mário Gobbi.
Sanchez reconheceu o uso indevido do cartão e justificou o erro como uma confusão entre cartões pessoais e corporativos, ambos emitidos pelo mesmo banco. Em nota pública, afirmou que já providenciou o reembolso dos valores, incluindo juros e correção monetária, totalizando R$ 15 mil depositados na conta do clube. Apesar disso, o episódio gerou forte repercussão entre conselheiros e torcedores, com cobranças por maior transparência na gestão financeira.
A Comissão de Ética deverá avaliar se houve violação dos princípios administrativos e se medidas disciplinares serão aplicadas. O caso também reacende o debate sobre o uso de cartões corporativos por dirigentes esportivos e a necessidade de regulamentações mais rígidas para evitar abusos.
Atualmente, Andrés Sanchez atualmente é conselheiro vitalício e segue atuante nos bastidores do Parque São Jorge. Embora afirme não ter intenção de retornar à presidência, sua influência política permanece significativa. A expectativa é que o clube adote novas diretrizes para garantir maior controle sobre os recursos institucionais e preservar sua imagem diante da torcida e da opinião pública.
Decisão favorável ao alvinegro foi de uma ação que o Município de São Paulo havia feito referente aos anos de 2015 até 2018
|
O Sport Club Corinthians Paulista obteve uma importante vitória na Justiça ao conseguir a anulação de autos de infração que totalizavam R$ 298,3 milhões referentes à cobrança de ISS (Imposto Sobre Serviços) pelo Município de São Paulo. A decisão, publicada em 10 de julho de 2025, abrange o período entre 2015 e 2018 e representa um marco na reestruturação financeira do clube.
A Prefeitura alegava que receitas oriundas de patrocínios, royalties, direitos de transmissão, mídia estática e o programa Fiel Torcedor configuravam prestação de serviços, justificando a incidência do imposto. No entanto, a defesa do Corinthians sustentou que tais atividades não se enquadram como serviços tributáveis, argumento que foi acolhido pelo Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP). A Corte baseou-se em precedentes do próprio TJ-SP e do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que já haviam declarado a inconstitucionalidade de cobranças semelhantes.
Além de cancelar os autos de infração, a Justiça determinou que o Município de São Paulo arque com as custas processuais e os honorários advocatícios, reforçando o entendimento de que a tributação era indevida. O superintendente de negócios jurídicos do clube, Leonardo Pantaleão, destacou que a decisão contribui para a recuperação da credibilidade institucional e financeira da agremiação.
Apesar da vitória, o processo ainda está sujeito a reexame necessário, o que significa que a decisão poderá ser revista em instâncias superiores. Mesmo assim, o resultado é considerado um avanço significativo na luta dos clubes contra autuações fiscais que, segundo especialistas, ampliam indevidamente o conceito jurídico de serviço.
Atolado em dívidas, essa decisão a favor do clube do Parque São Jorge é um alívio para a diretoria interina que tem buscado solucionar os graves problemas financeiros que o alvinegro tem passado. Por conta disso, existe investigações sobre sonegação fiscal e reavaliação de contas dos anos de 2023 e 2024.
A conquista do Corinthians se soma a decisões semelhantes obtidas por outros clubes paulistas, como Palmeiras e São Paulo, que também conseguiram afastar cobranças milionárias de ISS nos últimos anos. O caso reacende o debate sobre a tributação de entidades esportivas e a necessidade de critérios mais claros para definir o que constitui prestação de serviço no contexto do futebol profissional.
Situação ocorreu no último domingo na derrota do Timão para o Red Bull Bragantino na Neo Química Arena e gerou insatisfação de torcedores
|
O Corinthians está reavaliando sua parceria com a empresa responsável pela operação do camarote FielZone, após falhas no sistema de reconhecimento facial durante a estreia da nova tecnologia na Neo Química Arena. A medida foi implementada em cumprimento à Lei Geral do Esporte, que exige biometria facial em estádios com capacidade superior a 20 mil pessoas.
Na partida contra o Red Bull Bragantino, realizada no último domingo, diversos torcedores enfrentaram dificuldades para acessar o setor exclusivo. A maioria dos problemas ocorreu no FielZone, onde o sistema de entrada utiliza tecnologia distinta da aplicada nas demais áreas do estádio. A instabilidade gerou atrasos e reclamações, com relatos de rejeição no reconhecimento mesmo após o cadastramento facial ser realizado no local.
A diretoria do clube considera que a operadora não conseguiu acompanhar a transição tecnológica e avalia a possibilidade de rescindir o contrato. A repercussão negativa nas redes sociais e a insatisfação dos torcedores pesam na decisão. O CEO da empresa responsável pelo camarote criticou publicamente o modelo de biometria, alegando que a tecnologia ainda não está pronta para uso em larga escala nos estádios brasileiros.
Além dos problemas técnicos, há histórico de pendências financeiras entre o clube e a FielZone, que acumulou dívidas desde 2023. Após acordo, os valores começaram a ser pagos de forma parcelada, mas a relação já vinha desgastada. Durante esse período, o camarote chegou a receber mais ingressos do que o previsto em contrato, o que gerou desconforto entre os torcedores e conselheiros.
A expectativa do Corinthians é que os próximos jogos sirvam como teste para ajustes no sistema. A diretoria também estuda alternativas para garantir que o acesso ao estádio seja eficiente e seguro, sem comprometer a experiência dos torcedores. A decisão sobre o futuro da parceria deve ser tomada nos próximos dias, com base em relatórios técnicos e jurídicos.