Clube
20 Fev 2025 | 14:06 |
Há um mês, o Conselho Deliberativo do Corinthians aprovou a admissibilidade do processo de impeachment contra o presidente Augusto Melo, em uma reunião marcada por tumultos e agressões. Contudo, o encontro foi suspenso antes da votação final sobre o afastamento do dirigente, e desde então, o clube enfrenta um impasse sem previsão para a retomada da deliberação.
O presidente do Conselho, Romeu Tuma Jr., é responsável por agendar a nova reunião, mas tem adiado a convocação, alegando preocupações com a segurança dos conselheiros e do clube. Tuma afirmou que o encontro só será retomado quando houver garantias totais de segurança por parte das autoridades. Entre as alternativas consideradas estão a realização da reunião em um batalhão da Polícia Militar ou na Neo Química Arena, em vez do Parque São Jorge, para evitar novos incidentes.
Enquanto isso, Augusto Melo permanece no cargo e busca apoio político para impedir o impeachment. Paralelamente, ele tenta afastar Romeu Tuma Jr. da presidência do Conselho Deliberativo. O processo de destituição foi motivado por suspeitas de irregularidades no contrato de patrocínio com a empresa VaideBet, além de infrações à Lei Geral do Esporte e desrespeito ao estatuto do clube.
A Polícia Civil investiga tanto as supostas irregularidades que originaram o pedido de impeachment quanto as agressões e intimidações ocorridas na reunião de janeiro. Para que Augusto Melo seja afastado, é necessário que a maioria dos conselheiros vote a favor do impeachment, decisão que posteriormente deve ser referendada pelos sócios do clube em assembleia geral. Caso seja destituído, o primeiro vice-presidente, Osmar Stábile, assumirá a presidência até o fim do mandato, previsto para dezembro de 2026.
A indefinição sobre a continuidade ou não de Augusto Melo à frente do Corinthians gera instabilidade nos bastidores do clube, afetando tanto a gestão administrativa quanto o ambiente esportivo. A expectativa é que, com a garantia de condições seguras, a nova reunião do Conselho Deliberativo seja agendada em breve para resolver o impasse que paira sobre o Parque São Jorge.
Projeto visa manter a igualdade entre sócio torcedores e que eles estejam inseridos na participação política do clube do Parque São Jorge
27 Out 2025 | 16:00 |
O Corinthians propôs uma reforma estatutária que inclui o direito de voto para sócios-torcedores e amplia os mandatos da diretoria. A medida ainda será votada pelo Conselho Deliberativo e pela Assembleia Geral.
O anteprojeto de reforma do estatuto do alvinegro paulista, apresentado nesta segunda (27), propõe mudanças significativas na estrutura política e administrativa da agremiação. Entre os principais pontos está a criação da categoria “Sócio de Futebol”, voltada aos integrantes do programa Fiel Torcedor, que passariam a ter direito a voto nas eleições para presidente, primeiro e segundo vice-presidentes.
Para exercer esse direito, os interessados deverão cumprir requisitos específicos. Na primeira proposta, é necessário estar adimplente com o programa Fiel Torcedor e pagar, por quatro anos consecutivos, uma taxa especial equivalente a 50% da contribuição associativa patrimonial mensal. Já na segunda alternativa, o sócio deve quitar o valor do título associativo exigido dos demais membros e contribuir, também por quatro anos ininterruptos, com uma taxa correspondente a um terço da mensalidade patrimonial.
A nova categoria não concede acesso às instalações sociais, recreativas ou esportivas do clube. Contudo, após seis anos de adimplência, o Sócio de Futebol poderá migrar para o quadro social, adquirindo os direitos previstos no estatuto, inclusive o de concorrer a cargos eletivos, sem necessidade de adquirir título patrimonial.
Além disso, o projeto prevê a ampliação dos mandatos da diretoria e dos conselhos de três para quatro anos. A reeleição para presidente será vedada, permitindo apenas uma eleição por pessoa, mesmo que não consecutiva. Vice-presidentes e membros de outros órgãos terão restrições semelhantes.
Outro ponto abordado é a possibilidade de constituição de uma Sociedade Anônima do Futebol (SAF), com controle majoritário mantido pelos associados. A proposta também autoriza o clube a recorrer à recuperação judicial, conforme previsto na legislação vigente.
A temporada de 2025 do Timão, tem sido marcada por diversos problemas externos no Parque São Jorge, além das graves situações financeiras
27 Out 2025 | 11:40 |
No último final de semana, o Corinthians conquistou mais um importante resultado dentro do Campeonato Brasileiro, ao derrotar o Vitória no Estádio do Barradão e chegar a segunda vitória consecutiva na competição de pontos corridos. Em um ano completamente conturbado pela crise que assola o clube do Parque São Jorge, os jogadores do Timão revelaram se o extracampo atrapalha dentro das quatro linhas.
Problemas políticos atrapalham em campo? Atletas do Corinthians comentam
Em contato realizado pelo portal 'UOL Esporte', alguns jogadores comentaram se a política conturbada do Corinthians vem atrapalhando o desempenho da equipe dentro de campo, onde o Timão se encontra na parte intermediária do Campeonato Brasileiro, porém, está nas semifinais da Copa do Brasil.
Problemas políticos atrapalham em campo? Atletas do Corinthians comentam: "O tema político não é desculpa para nós."
André Carrillo: "Para mim, não interfere em nada porque dentro do campo somos nós que decidimos. É claro que sempre aparecem só notícias ruins do clube nas redes sociais, mas um clube com a grandeza que tem não pode viver esses momentos. Poderia estar um pouquinho mais estável, mas o tema político não é desculpa para nós."
Matheuzinho: "É uma situação difícil. Todo dia aparece uma notícia ruim do Corinthians, a torcida começa a se desgastar, isso influencia no jogo. Entre nós, isso não pode exercer tanta influência porque estamos focados no futebol. Fizemos um combinado que tudo que sai do alcance do futebol não cabe a nós nos preocupar, mas é chato. Esperamos que as coisas melhorem."
Breno Bidon: "As pessoas vêm falar de política fora do clube com a gente, mas temos que deixar para lá porque isso não é com a gente. Estamos lá para trazer vitórias e precisamos deixar isso de canto. Acredito que sim [polêmicas aumentam cobrança], a torcida não gosta de perder, a gente também não, mas algumas derrotas são bem doloridas pelo o que acontece fora, mas acredito que sabemos lidar com isso."
Data foi marcada por movimento encabeçado por jogadores do Timão nos anos 80 no período da Ditadura Militar ocorrida no Brasil
25 Out 2025 | 15:48 |
A Democracia Corinthiana foi um movimento histórico que marcou o futebol brasileiro na década de 1980, tendo como palco o Corinthians. Ela surgiu em meio ao regime militar vigente no Brasil desde 1964, e teve como protagonistas jogadores politicamente engajados, como Sócrates, Wladimir e Casagrande. A iniciativa ganhou força em 1982, quando Waldemar Pires assumiu a presidência do clube e promoveu maior diálogo entre diretoria e atletas.
O modelo adotado permitia que decisões internas fossem tomadas por meio de votação entre os membros do elenco profissional. Questões como horários de treino, concentração e logística eram definidas coletivamente, rompendo com a estrutura hierárquica tradicional do futebol. Essa prática inovadora refletia o desejo por participação democrática e liberdade de expressão, valores que se conectavam com os anseios da sociedade brasileira naquele período.
Além das mudanças administrativas, o Corinthians passou a utilizar o uniforme como ferramenta de manifestação política. Em partidas oficiais, os jogadores exibiam frases como “Diretas Já”, apoiando o movimento nacional pela retomada das eleições diretas para presidente. A atitude do clube ganhou repercussão nacional e internacional, tornando-se símbolo de resistência e engajamento social.
O movimento teve seu auge entre 1982 e 1984, período em que o clube conquistou o Campeonato Paulista em duas ocasiões: 1982 e 1983. A Democracia Corinthiana começou a perder força com a saída de Casagrande para o São Paulo e a transferência de Sócrates para a Fiorentina, na Itália. Ainda assim, o legado permaneceu como referência de participação ativa dos atletas na gestão esportiva e como exemplo de envolvimento político no esporte.
Em 2025, o documentário “Democracia em Preto e Branco” foi incluído no catálogo da FIFA+, destacando a relevância do movimento e sua contribuição para a luta pela redemocratização do Brasil.