Clube
02 Jun 2025 | 22:45 |
O advogado Ricardo Cury anunciou, na manhã desta segunda-feira, 2, que não irá participar da defesa de Augusto Melo no processo de impeachment que o dirigente, atualmente afastado depois de votação do Conselho Deliberativo, vem enfrentando no Corinthians e no Caso VaideBet. Neste, ele foi indiciado pela Polícia Civil juntamente com outros dois ex-dirigentes do clube por furto qualificado, associação criminosa e lavagem de dinheiro. Em breve, o MP-SP tomará a decisão se abrirá ou não o processo com os envolvidos no caso.
O doutor optou por tomar essa decisão devido aos acontecimentos do início da noite último sábado, 31, no Parque São Jorge. Além disso, Cury enfrentava divergências com as ações de José Eduardo Cardozo, ex-ministro da Justiça no Governo Dilma contratado por aliados de Augusto Melo nas últimas semanas para realizar a sua defesa nos dois casos.
O fato citado acima pode ser constatado em nota divulgada pelo advogado na manhã desta segunda-feira, conforme o trecho: “A partir desta data, o escritório de advocacia 'Cury e Augusto Neves' comunica que não mais patrocina os interesses de Augusto Pereira de Melo. A estratégia de defesa foi reorientada nos últimos dias por outros colegas e ações foram decididas e executadas sem que o nosso escritório tivesse ciência prévia ou qualquer concordância.”
Vale lembrar que no último fim de semana, o clube social do Corinthians foi marcado por tumultos no final da noite. A aliada de Augusto Melo e primeira secretária do Conselho Deliberativo, Maria Angela de Sousa Ocampos, afirmou ter assumido a presidência do CD e, automaticamente, afastou Romeu Tuma Jr do cargo de presidente do CD se baseando em uma decisão da Comissão de Ética do dia 9 de abril.
Confira abaixo a nota oficial na íntegra do Dr. Ricardo Cury
“A partir desta data (02 de junho), o escritório de advocacia “Cury e Augusto Neves” – através de seu sócio Ricardo Cury – comunica que não mais patrocina os interesses de Augusto Pereira de Melo.
A atuação do escritório, desde o início, foi pautada pela serenidade, temperança, respeito aos órgãos e à institucionalidade do Corinthians e sustentação de argumentos jurídicos sólidos. As teses construídas se referem às diversas nulidades do processo de destituição (caso VaideBET) de Augusto Melo e de inexistência de qualquer elemento objetivo a justificar o seu indiciamento no inquérito policial em curso, seja ação ou mesmo omissão indevida.
Seguro da consistência das teses de defesa e estratégias construídas ao longo de vários meses de trabalho, mas desautorizado na mudança abrupta de rumo e alijado do processo de decisão, o escritório renuncia a todos os poderes que lhe foram outorgados e deseja toda a sorte para Augusto Melo no retorno à função presidencial para a qual foi eleito democraticamente.”
Projeto visa manter a igualdade entre sócio torcedores e que eles estejam inseridos na participação política do clube do Parque São Jorge
27 Out 2025 | 16:00 |
O Corinthians propôs uma reforma estatutária que inclui o direito de voto para sócios-torcedores e amplia os mandatos da diretoria. A medida ainda será votada pelo Conselho Deliberativo e pela Assembleia Geral.
O anteprojeto de reforma do estatuto do alvinegro paulista, apresentado nesta segunda (27), propõe mudanças significativas na estrutura política e administrativa da agremiação. Entre os principais pontos está a criação da categoria “Sócio de Futebol”, voltada aos integrantes do programa Fiel Torcedor, que passariam a ter direito a voto nas eleições para presidente, primeiro e segundo vice-presidentes.
Para exercer esse direito, os interessados deverão cumprir requisitos específicos. Na primeira proposta, é necessário estar adimplente com o programa Fiel Torcedor e pagar, por quatro anos consecutivos, uma taxa especial equivalente a 50% da contribuição associativa patrimonial mensal. Já na segunda alternativa, o sócio deve quitar o valor do título associativo exigido dos demais membros e contribuir, também por quatro anos ininterruptos, com uma taxa correspondente a um terço da mensalidade patrimonial.
A nova categoria não concede acesso às instalações sociais, recreativas ou esportivas do clube. Contudo, após seis anos de adimplência, o Sócio de Futebol poderá migrar para o quadro social, adquirindo os direitos previstos no estatuto, inclusive o de concorrer a cargos eletivos, sem necessidade de adquirir título patrimonial.
Além disso, o projeto prevê a ampliação dos mandatos da diretoria e dos conselhos de três para quatro anos. A reeleição para presidente será vedada, permitindo apenas uma eleição por pessoa, mesmo que não consecutiva. Vice-presidentes e membros de outros órgãos terão restrições semelhantes.
Outro ponto abordado é a possibilidade de constituição de uma Sociedade Anônima do Futebol (SAF), com controle majoritário mantido pelos associados. A proposta também autoriza o clube a recorrer à recuperação judicial, conforme previsto na legislação vigente.
A temporada de 2025 do Timão, tem sido marcada por diversos problemas externos no Parque São Jorge, além das graves situações financeiras
27 Out 2025 | 11:40 |
No último final de semana, o Corinthians conquistou mais um importante resultado dentro do Campeonato Brasileiro, ao derrotar o Vitória no Estádio do Barradão e chegar a segunda vitória consecutiva na competição de pontos corridos. Em um ano completamente conturbado pela crise que assola o clube do Parque São Jorge, os jogadores do Timão revelaram se o extracampo atrapalha dentro das quatro linhas.
Problemas políticos atrapalham em campo? Atletas do Corinthians comentam
Em contato realizado pelo portal 'UOL Esporte', alguns jogadores comentaram se a política conturbada do Corinthians vem atrapalhando o desempenho da equipe dentro de campo, onde o Timão se encontra na parte intermediária do Campeonato Brasileiro, porém, está nas semifinais da Copa do Brasil.
Problemas políticos atrapalham em campo? Atletas do Corinthians comentam: "O tema político não é desculpa para nós."
André Carrillo: "Para mim, não interfere em nada porque dentro do campo somos nós que decidimos. É claro que sempre aparecem só notícias ruins do clube nas redes sociais, mas um clube com a grandeza que tem não pode viver esses momentos. Poderia estar um pouquinho mais estável, mas o tema político não é desculpa para nós."
Matheuzinho: "É uma situação difícil. Todo dia aparece uma notícia ruim do Corinthians, a torcida começa a se desgastar, isso influencia no jogo. Entre nós, isso não pode exercer tanta influência porque estamos focados no futebol. Fizemos um combinado que tudo que sai do alcance do futebol não cabe a nós nos preocupar, mas é chato. Esperamos que as coisas melhorem."
Breno Bidon: "As pessoas vêm falar de política fora do clube com a gente, mas temos que deixar para lá porque isso não é com a gente. Estamos lá para trazer vitórias e precisamos deixar isso de canto. Acredito que sim [polêmicas aumentam cobrança], a torcida não gosta de perder, a gente também não, mas algumas derrotas são bem doloridas pelo o que acontece fora, mas acredito que sabemos lidar com isso."
Data foi marcada por movimento encabeçado por jogadores do Timão nos anos 80 no período da Ditadura Militar ocorrida no Brasil
25 Out 2025 | 15:48 |
A Democracia Corinthiana foi um movimento histórico que marcou o futebol brasileiro na década de 1980, tendo como palco o Corinthians. Ela surgiu em meio ao regime militar vigente no Brasil desde 1964, e teve como protagonistas jogadores politicamente engajados, como Sócrates, Wladimir e Casagrande. A iniciativa ganhou força em 1982, quando Waldemar Pires assumiu a presidência do clube e promoveu maior diálogo entre diretoria e atletas.
O modelo adotado permitia que decisões internas fossem tomadas por meio de votação entre os membros do elenco profissional. Questões como horários de treino, concentração e logística eram definidas coletivamente, rompendo com a estrutura hierárquica tradicional do futebol. Essa prática inovadora refletia o desejo por participação democrática e liberdade de expressão, valores que se conectavam com os anseios da sociedade brasileira naquele período.
Além das mudanças administrativas, o Corinthians passou a utilizar o uniforme como ferramenta de manifestação política. Em partidas oficiais, os jogadores exibiam frases como “Diretas Já”, apoiando o movimento nacional pela retomada das eleições diretas para presidente. A atitude do clube ganhou repercussão nacional e internacional, tornando-se símbolo de resistência e engajamento social.
O movimento teve seu auge entre 1982 e 1984, período em que o clube conquistou o Campeonato Paulista em duas ocasiões: 1982 e 1983. A Democracia Corinthiana começou a perder força com a saída de Casagrande para o São Paulo e a transferência de Sócrates para a Fiorentina, na Itália. Ainda assim, o legado permaneceu como referência de participação ativa dos atletas na gestão esportiva e como exemplo de envolvimento político no esporte.
Em 2025, o documentário “Democracia em Preto e Branco” foi incluído no catálogo da FIFA+, destacando a relevância do movimento e sua contribuição para a luta pela redemocratização do Brasil.