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O relatório final da Polícia Civil sobre o caso VaideBet, divulgado em junho de 2025, trouxe revelações sobre o escândalo envolvendo o Corinthians e a empresa de apostas. Com 272 páginas, o documento detalha o suposto desvio de recursos na intermediação do contrato de R$ 370 milhões, firmado em 2023 e encerrado no ano seguinte.
A investigação, conduzida pela 3ª Delegacia do Departamento de Polícia de Proteção à Cidadania (DPPC), especializada em lavagem de dinheiro, resultou no indiciamento de cinco pessoas: Augusto Melo (presidente afastado), Sérgio Moura (ex-superintendente de marketing), Marcelo Mariano (ex-diretor administrativo), Alex Cassundé (sócio da empresa intermediadora) e Yun Ki Lee (ex-diretor jurídico). Os crimes atribuídos e investigados incluem furto qualificado, associação criminosa e lavagem de capitais.
Um dos pontos centrais do inquérito foi a identificação de movimentações financeiras atípicas na conta do presidente afastado Augusto Melo. Entre dezembro de 2023 e abril de 2024, foram registrados 63 depósitos em espécie, totalizando R$ 152 mil, sem origem identificada até agora. A prática, segundo o relatório, pode ter sido usada para burlar mecanismos de controle bancário.
A Polícia também destacou a atuação de empresas de fachada, como a Rede Social Media Design, apontada como intermediadora do contrato, embora não tenha desempenhado função efetiva. Parte dos valores repassados à empresa foi redistribuída para outras contas, incluindo a da UJ Football Talent Intermediação, levantando suspeitas de fragmentação de recursos para dificultar o rastreamento.
Veja mais detalhes do caso VaideBet:
1. Desvio para pagar agiota: Segundo o inquérito, Augusto Melo teria usado parte da comissão do contrato com a VaideBet para quitar dívidas pessoais, incluindo um empréstimo com um agiota da zona leste de São Paulo. O relatório afirma que ele chegou a ser ameaçado de morte caso não quitasse o débito.
2. Influenciador envolvido: Bruno Alexssander, conhecido como “Buzeira”, influenciador com mais de 13 milhões de seguidores, foi citado por movimentações financeiras suspeitas com empresas investigadas. Ele teria recebido valores da Wave Intermediações e da Victory Trading, empresas apontadas como de fachada. Buzeira nega envolvimento, mas sua proximidade com a diretoria do Corinthians, incluindo presença em eventos no CT, chamou atenção.
3. Jogador citado: Juan Martín Lucero, atacante que está no Fortaleza, também aparece no relatório. Contas ligadas a ele teriam transferido quase R$ 500 mil para as mesmas empresas investigadas. Seu empresário afirma que desconhecem qualquer relação com essas companhias.
4. Empresas de fachada: A investigação identificou que a Neoway, Rede Social Media Design e UJ Football Talent foram usadas para ocultar e fragmentar os valores desviados. A UJ Football, inclusive, foi citada em delações como ligada ao Primeiro Comando da Capital (PCC).
5. Comissão inflada: O plano inicial era desviar 7% do contrato de R$ 370 milhões com a VaideBet, o que daria cerca de R$ 25 milhões. A comissão foi paga a Alex Cassundé, cuja empresa participou da campanha de Melo, levantando suspeitas de um conflito de interesses.
O Ministério Público recebeu o relatório e ofereceu denúncia contra os envolvidos. Caso a Justiça aceite, os indiciados se tornarão réus em processo penal. A investigação ainda pode gerar novos desdobramentos, com a possibilidade de abertura de inquéritos complementares.
O caso VaideBet representa um dos maiores escândalos administrativos da história recente do clube, com impactos diretos na gestão e na imagem institucional do Corinthians. A expectativa agora recai sobre o julgamento judicial e as medidas que o clube adotará para recuperar sua credibilidade.
Equipe de futebol americano do Timão aposta em atleta formado nos EUA para disputa da nova Superliga Nacional da modalidade
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O Corinthians Steamrollers confirmou o retorno do quarterback Lucas Katayama para o elenco que disputará a segunda metade da temporada. O jogador de 20 anos iniciou sua trajetória no clube em 2013 e estava atuando nos Estados Unidos desde 2021.
Katayama passou pela Parkview Christian School, em Nebraska, e depois integrou a equipe universitária da Ellsworth Community College, em Iowa, onde disputou duas temporadas antes de se preparar para voltar ao Brasil. Ele já treina com o elenco desde o último sábado.
O quarterback disputará a titularidade com Thiago Dantas, atual dono da posição, que se destacou ao longo da São Paulo Football League 2025, da qual o Corinthians foi eliminado na temporada. Dantas superou Emanuel na briga interna e tem sido a principal peça ofensiva do time até o momento.
Lucas será uma das opções da equipe alvinegra na disputa da Superliga de Futebol Americano, competição que estreia nesta temporada no calendário nacional. O Corinthians terá como adversários Ocelots, Cruzeiro, Vasco Almirantes e Guarulhos Rhynos na primeira fase.
A estreia do Steamrollers será no dia 2 de agosto, diante do Ocelots. A equipe busca consolidar o projeto com jogadores desenvolvidos na base do clube, mas também aposta em nomes com experiência internacional para elevar o nível técnico da equipe.
Com mais de R$ 40 milhões arrecadados desde 2020,a torcida organizada segue contribuindo para a quitação do estádio corintiano
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A torcida organizada Gaviões da Fiel anunciou nesta quarta-feira (26) o pagamento do 121º boleto da campanha “Doe Arena Corinthians”, com valor de R$ 25.822,71 destinado à quitação da dívida da Neo Química Arena junto à Caixa Econômica Federal.
Desde 2020, os Gaviões lideram uma ação que já arrecadou mais de R$ 40 milhões — cada boleto quitado representa um passo importante rumo à eliminação do financiamento de aproximadamente R$ 700 milhões que financiou a construção do estádio.
A campanha oferece boletos de valores variados para doações — e o clube incentiva participação ativa de torcedores. Toda arrecadação é transparente, com acompanhamento por meio do site oficial e canais da torcida corintiana, mantendo prestação de contas constante.
O impacto dessa participação social vai além do financeiro. A mobilização reforça o envolvimento da Fiel com o patrimônio do Corinthians, litando uma postura de responsabilidade coletiva pela manutenção do estádio, palco de grandes conquistas.
Com o canal estendido até dezembro de 2025, a campanha segue firme e a expectativa é que novos boletos sejam quitados até lá — consolidando uma união entre torcida e clube na luta contra os compromissos financeiros e fortalecendo a história da Arena como símbolo de conquistas alvinegras.
Após a saída de Augusto Melo, clube aposta em reestruturação técnica e reforça áreas estratégicas com retorno de profissionais especializados
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Após a saída de Augusto Melo, o Corinthians completou um mês sob gestão interina de Osmar Stábile, apertando o passo nas finanças e reconstruindo laços com a equipe técnica. No período, o clube acolheu o retorno de profissionais especializados, reforçando áreas como performance, reciclagem tática e suporte ao elenco.
Desde então, o clube tem promovido ajustes urgentes, especialmente para equilibrar o caixa, que enfrenta compromissos de curto prazo superiores a R$ 30 milhões. Contratações pontuais e revisão de contratos internos estão sendo conduzidas com apoio técnico reforçado.
A retomada contou com a volta de figuras técnicas estratégicas, como consultorias especializadas — incluindo a Ernst & Young no início da gestão — e reforço em cargos executivos. A ideia é manter uma governança mais técnica, profissional e transparente.
No campo esportivo, Dorival Júnior, ao assumir em abril, intensificou o diálogo com a equipe de base e com a comissão técnica. A integração entre os treinadores mais experientes e os profissionais que retornaram ao clube cria uma base mais sólida para as próximas decisões táticas.
Apesar da pressão no Corinthians por resultados e da instabilidade anterior — com média de uma troca de técnico a cada cinco meses — a postura atual é de reconciliação: reconstruir confiança interna, estabilizar finanças e recuperar credibilidade externa. A meta agora é mais clara: unir estrutura técnica e administrativa para garantir equilíbrio e competitividade no segundo semestre.