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27 Jun 2025 | 08:50 |
O relatório final da Polícia Civil sobre o caso VaideBet, divulgado em junho de 2025, trouxe revelações sobre o escândalo envolvendo o Corinthians e a empresa de apostas. Com 272 páginas, o documento detalha o suposto desvio de recursos na intermediação do contrato de R$ 370 milhões, firmado em 2023 e encerrado no ano seguinte.
A investigação, conduzida pela 3ª Delegacia do Departamento de Polícia de Proteção à Cidadania (DPPC), especializada em lavagem de dinheiro, resultou no indiciamento de cinco pessoas: Augusto Melo (presidente afastado), Sérgio Moura (ex-superintendente de marketing), Marcelo Mariano (ex-diretor administrativo), Alex Cassundé (sócio da empresa intermediadora) e Yun Ki Lee (ex-diretor jurídico). Os crimes atribuídos e investigados incluem furto qualificado, associação criminosa e lavagem de capitais.
Um dos pontos centrais do inquérito foi a identificação de movimentações financeiras atípicas na conta do presidente afastado Augusto Melo. Entre dezembro de 2023 e abril de 2024, foram registrados 63 depósitos em espécie, totalizando R$ 152 mil, sem origem identificada até agora. A prática, segundo o relatório, pode ter sido usada para burlar mecanismos de controle bancário.
A Polícia também destacou a atuação de empresas de fachada, como a Rede Social Media Design, apontada como intermediadora do contrato, embora não tenha desempenhado função efetiva. Parte dos valores repassados à empresa foi redistribuída para outras contas, incluindo a da UJ Football Talent Intermediação, levantando suspeitas de fragmentação de recursos para dificultar o rastreamento.
Veja mais detalhes do caso VaideBet:
1. Desvio para pagar agiota: Segundo o inquérito, Augusto Melo teria usado parte da comissão do contrato com a VaideBet para quitar dívidas pessoais, incluindo um empréstimo com um agiota da zona leste de São Paulo. O relatório afirma que ele chegou a ser ameaçado de morte caso não quitasse o débito.
2. Influenciador envolvido: Bruno Alexssander, conhecido como “Buzeira”, influenciador com mais de 13 milhões de seguidores, foi citado por movimentações financeiras suspeitas com empresas investigadas. Ele teria recebido valores da Wave Intermediações e da Victory Trading, empresas apontadas como de fachada. Buzeira nega envolvimento, mas sua proximidade com a diretoria do Corinthians, incluindo presença em eventos no CT, chamou atenção.
3. Jogador citado: Juan Martín Lucero, atacante que está no Fortaleza, também aparece no relatório. Contas ligadas a ele teriam transferido quase R$ 500 mil para as mesmas empresas investigadas. Seu empresário afirma que desconhecem qualquer relação com essas companhias.
4. Empresas de fachada: A investigação identificou que a Neoway, Rede Social Media Design e UJ Football Talent foram usadas para ocultar e fragmentar os valores desviados. A UJ Football, inclusive, foi citada em delações como ligada ao Primeiro Comando da Capital (PCC).
5. Comissão inflada: O plano inicial era desviar 7% do contrato de R$ 370 milhões com a VaideBet, o que daria cerca de R$ 25 milhões. A comissão foi paga a Alex Cassundé, cuja empresa participou da campanha de Melo, levantando suspeitas de um conflito de interesses.
O Ministério Público recebeu o relatório e ofereceu denúncia contra os envolvidos. Caso a Justiça aceite, os indiciados se tornarão réus em processo penal. A investigação ainda pode gerar novos desdobramentos, com a possibilidade de abertura de inquéritos complementares.
O caso VaideBet representa um dos maiores escândalos administrativos da história recente do clube, com impactos diretos na gestão e na imagem institucional do Corinthians. A expectativa agora recai sobre o julgamento judicial e as medidas que o clube adotará para recuperar sua credibilidade.
A ação foi pedido do promotor Cassio Roberto Conserino que está a frente dos casos do uso de cartões corporativos feitos pelos ex-presidentes do clube do Parque
06 Dez 2025 | 09:00 |
A Promotoria de Justiça do Patrimônio Público e Social do Ministério Público de São Paulo (MP-SP) instaurou, nesta sexta-feira (5), um inquérito civil para investigar a possibilidade de intervenção judicial no Corinthians. A medida atende a solicitação do promotor Cassio Roberto Conserino, responsável por apurações relacionadas ao uso de cartões corporativos por ex-dirigentes do clube.
O pedido encaminhado pelo promotor reúne 25 fundamentos que justificariam a abertura de ação civil pública. Entre os pontos destacados estão denúncias contra ex-presidentes, irregularidades financeiras, contratos considerados lesivos e indícios de ligação com organizações criminosas. O documento também cita laudos de auditores externos que apontam endividamento elevado e práticas que podem caracterizar gestão temerária.
• Denúncia contra o ex-presidente Augusto Melo por associação criminosa e lavagem de capitais.
• Denúncia contra o ex-presidente Andrés Sanchez e o atual gerente financeiro, Roberto Gavioli, por apropriação indevida.
• Investigações em andamento envolvendo outros ex-dirigentes.
• Apuração sobre desvio de materiais esportivos durante a atual gestão.
• Emissão de notas fiscais consideradas frias por empresas de fachada.
• Supressão de documentos internos relatada em boletins de ocorrência.
O inquérito será conduzido pelo MP-SP e poderá incluir solicitação de documentos, depoimentos e perícias. Caso sejam confirmadas irregularidades, o processo pode evoluir para uma ação civil pública, com possibilidade de nomeação de interventor temporário para gerir o clube.
O Corinthians ainda não se manifestou oficialmente sobre o inquérito, mas acompanha os desdobramentos junto ao departamento jurídico. A investigação segue em sigilo e novas etapas devem ser definidas conforme o avanço das apurações.
Com mais uma preocupação fora das quatros linhas, o Corinthians enfrenta o Juventude pela última rodada do Brasileirão 2025, no próximo domingo (07). Após esse confronto, o foco total será as semifinais da Copa do Brasil contra o Cruzeiro nos dias 10 e 14 de dezembro.
Com uma dívida que chega perto da marca dos R$ 3 bilhões, o clube do Parque São Jorge quer focar especialmente no controle de despesas internas
03 Dez 2025 | 08:55 |
Na noite da última terça-feira (02), o Corinthians anunciou uma parceria, em busca de um aprimoramento de sua gestão financeira. A SAP Concur, que é uma plataforma líder global no segmento em soluções de gestão de despesas, fechou com o clube do Parque São Jorge, que possui uma dívida gigante, que está próximo dos R$ 3 bilhões.
Corinthians anuncia parceria para gestão financeira do alvinegro paulista
Com a implementação do SAP Concur, o Corinthians inicia uma jornada de aprimoramento estruturado da área financeira do clube, com foco especial no controle de despesas internas. A tecnologia permitirá maior automação, precisão e visibilidade em todo o ciclo de gastos, eliminando inconsistências no fluxo financeiro e um monitoramento mais rigoroso das despesas.
O presidente do Corinthians, Osmar Stabile, falou sobre a importância de se ter uma gestão mais profissional dentro do clube alvinegro. "Estamos comprometidos em tornar o Corinthians cada vez mais eficiente, transparente e preparado para o futuro. A adoção da solução da SAP é um passo importante na evolução da nossa gestão financeira e no fortalecimento institucional do clube."
Denis Tassitano, vice-presidente da SAP Concur na América Latina e no Caribe, comentou sobre a parceria com o Corinthians. "Estamos animados em apoiar o Corinthians nessa importante jornada de transformação digital e aprimoramento dos processos de governança e gestão de despesas, com transparência e eficiência."
Em divulgação no seu site oficial, o Corinthians revelou que o acerto com a SAP Concur, mostra uma iniciativa do clube do Parque São Jorge, em reafirmar o seu compromisso com a inovação e com a implementação de práticas que assegurem uma administração responsável, moderna e eficiente.
Caso chegou ao Ministério Público que também investiga para saber por que ocorreram os gastos indevidos nas gestões anteriores
02 Dez 2025 | 08:00 |
Andrés Sanchez esteve na última segunda (01), no Parque São Jorge para prestar esclarecimentos à Comissão de Justiça do Conselho Deliberativo do Corinthians sobre o uso do cartão corporativo durante sua gestão. O ex-presidente compareceu acompanhado de advogados e apresentou documentos e justificativas referentes às despesas realizadas entre 2018 e 2020.
As faturas analisadas pela comissão apontam gastos em diferentes estabelecimentos, como hospitais, clínicas, farmácias, lojas de móveis, eletrônicos, centros automotivos e até serviços de táxi aéreo. O valor total das despesas consideradas sem vínculo direto com compromissos institucionais gira em torno de R$ 190 mil. A ausência de comprovantes anexados a parte dessas operações levantou dúvidas e motivou a abertura do inquérito interno.
Paralelamente, o Ministério Público de São Paulo denunciou Andrés Sanchez e o ex-gerente financeiro Roberto Gavioli por crimes de apropriação indébita agravada continuada, lavagem de dinheiro e falsidade de documento tributário. Segundo o MP, as irregularidades somam aproximadamente R$ 480 mil, referentes ao período entre agosto de 2018 e dezembro de 2020.
No âmbito interno, o processo seguirá para a Comissão de Ética e Disciplina, presidida por Leonardo Pantaleão, que deverá emitir parecer ao Conselho Deliberativo. O presidente do órgão, Romeu Tuma Júnior, será responsável por colocar o tema em votação no plenário. A diretoria atual acompanha de perto os trabalhos, reforçando o compromisso com transparência e governança.
Esse episódio se soma a outras medidas de fiscalização que vêm sendo adotadas pelo Corinthians, em busca de maior clareza administrativa e fortalecimento institucional. A análise das contas e o acompanhamento das comissões internas fazem parte de um esforço para garantir que os recursos do clube sejam aplicados de forma correta e responsável.
Com a temporada em andamento, o Corinthians equilibra atenção entre os desafios dentro de campo e a necessidade de manter rigor administrativo fora dele, reforçando a importância de práticas sólidas de gestão.