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O Conselho Deliberativo do Corinthians está avaliando a possibilidade de ouvir um ex-funcionário que denunciou práticas de cambismo e irregularidades no programa Fiel Torcedor. As denúncias apontam para um esquema de desvio de ingressos destinados aos sócios-torcedores, prejudicando os membros do programa e gerando insatisfação entre os torcedores.
Em reuniões recentes, conselheiros do clube assinaram termos de confidencialidade para discutir o conteúdo das denúncias e possíveis medidas a serem adotadas. A Comissão de Justiça e Marketing do Corinthians já havia identificado irregularidades na venda de ingressos, e o presidente do Conselho Deliberativo, Romeu Tuma Jr., considera levar o caso ao Ministério Público para aprofundar as investigações.
As denúncias também envolvem a liberação indevida de camarotes, esvaziando o programa Fiel Torcedor e levantando suspeitas de facilitação de ingressos para terceiros sem vínculo com o clube. Essas práticas resultaram em prejuízos financeiros e desgaste na relação entre o clube e seus torcedores.
A decisão de ouvir o ex-funcionário é vista como um passo importante para esclarecer os fatos e responsabilizar os envolvidos. O Conselho Deliberativo busca, com isso, reforçar a transparência e a integridade nas operações do clube, visando recuperar a confiança dos torcedores e assegurar a correta gestão dos recursos e benefícios destinados aos associados.
O Corinthians reafirma seu compromisso em combater quaisquer irregularidades e manter a transparência em suas ações, garantindo que os programas destinados aos torcedores sejam geridos de forma ética e responsável.
Com dívidas superiores a R$ 2,5 bilhões, Timão segue sendo o mais endividado no Brasil e enfrenta desafios financeiros em sua gestão
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O Corinthians ocupa a posição de clube mais endividado do Brasil, com uma dívida total de R$ 2,568 bilhões em 2024. Esse montante representa um aumento de 30% em relação ao ano anterior, quando o endividamento era de R$ 1,9 bilhão.
A dívida do clube é composta por diferentes categorias, incluindo:
Dívidas tributárias: R$ 817 milhões
Financiamento da Neo Química Arena: R$ 677 milhões
Dívidas cíveis e tributárias: R$ 926 milhões (sendo que apenas R$ 367 milhões estão listados no Relatório Contábil e Econômico).
Apesar de uma receita recorde de R$ 1,115 bilhão em 2024, o clube registrou um déficit de R$ 181,7 milhões no ano, revertendo a tendência de superávit observada nos três anos anteriores.
A gestão atual, liderada por Augusto Melo, contesta parte das dívidas apresentadas no balanço de 2024, alegando que R$ 191 milhões foram herdados da administração anterior. Além disso, a diretoria busca uma nova votação das contas, que foram reprovadas pelo Conselho Deliberativo.
Em resposta ao endividamento, a torcida organizada Gaviões da Fiel lançou a campanha "Doe Arena Corinthians", que arrecadou R$ 39 milhões para quitar parte da dívida com a Caixa Econômica Federal, referente ao financiamento da Neo Química Arena.
Presidente do Conselho Deliberativo do Timão condiciona votação de impeachment de Augusto Melo ao encerramento da investigação do caso VaideBet
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Durante coletiva no Parque São Jorge nesta quarta-feira (7), Romeu Tuma Jr., presidente do Conselho Deliberativo do Corinthians, declarou que aguardará o encerramento do inquérito sobre o caso VaideBet para retomar a votação do impeachment de Augusto Melo. A expectativa, segundo ele, é que o processo avance até o fim de maio ou início de junho.
Tuma reforçou que o rito do impeachment é previsto no estatuto do clube e não tem relação direta com a investigação criminal conduzida pela Polícia Civil. “O estatuto não convive com a polícia ou a justiça. Conselheiro não investiga crime, julgamos infrações estatutárias”, afirmou.
Apesar de ressaltar que o Corinthians tem um tempo diferente do da Justiça, o dirigente também disse que, caso o inquérito demore demais, pode agendar a votação mesmo assim. Segundo ele, o Conselho precisa agir com base no estatuto e não esperar indefinidamente pela apuração policial.
A investigação do caso VaideBet deve ser concluída ainda nos próximos dias. Já foram ouvidos Augusto Melo, o diretor Marcelo Mariano e o ex-assessor Sérgio Moura, pelos representantes da Polícia Civil e do Ministério Público.
O presidente Augusto Melo enfrenta atualmente quatro pedidos de impeachment. O primeiro diz respeito ao caso VaideBet. Os demais envolvem falta de transparência financeira, reprovação das contas do primeiro ano de gestão e um pedido da Comissão de Justiça do clube.
Sob pressão no Corinthians, Augusto Melo tem contas reprovadas, perde apoio da Gaviões e enfrenta seu quarto pedido de impeachment
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O presidente do Corinthians , Augusto Melo, enfrenta pressão interna e externa após a reprovação das contas de sua gestão pelo Conselho Deliberativo do clube. A decisão ocorreu após pareceres negativos do CORI (Conselho de Orientação) e do Conselho Fiscal, que apontaram inconsistências nos números apresentados referentes ao exercício de 2023.
A diretoria alega que os pareceres foram motivados por questões políticas e insiste na reabertura do balanço do último ano da gestão anterior, sob a justificativa de que foram encontradas “provisões de contingência” não incluídas anteriormente. Entre os valores mencionados, estão dívidas com ISS, Profut e contingências jurídicas.
No campo político, Augusto Melo perdeu o apoio da Gaviões da Fiel, principal torcida organizada do clube. Em nota, a torcida afirmou que não se oporá a reuniões que discutam o impeachment do presidente, apontando problemas de gestão, nomeações políticas e falta de transparência como motivos para a mudança de postura.
A crise administrativa se intensificou com a formalização de um novo pedido de impeachment por parte do conselheiro Paulo Roberto Bastos Pedro. O documento aponta ausência de informações, atraso na revisão orçamentária e dificuldades no acesso a documentos solicitados por órgãos internos do clube.
Além da situação política e contábil, Augusto Melo também é investigado no inquérito do caso VaideBet, conduzido pela Polícia Civil de São Paulo. A apuração está em fase final, e o presidente já prestou depoimento como investigado no processo.