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A Polícia Civil de São Paulo está prestes a encerrar a investigação envolvendo o contrato firmado entre o Corinthians e a casa de apostas VaideBet. A expectativa é que o inquérito seja finalizado até a primeira semana de maio, após quase um ano de diligências, coleta de provas e depoimentos. Conforme apurado, o presidente do clube, Augusto Melo, e os ex-dirigentes Sérgio Moura, Marcelo Mariano e Yun Ki Lee estão próximos de serem indiciados formalmente.
Na última semana, a Justiça autorizou o acesso completo aos autos do processo para os investigados e seus advogados, incluindo materiais que estavam sob sigilo. Com isso, os envolvidos puderam tomar ciência das provas reunidas até o momento, que já constam nos autos da investigação conduzida pela Polícia Civil.
Segundo a Gazeta Esportiva, o delegado Tiago Fernando Correia, do Departamento de Polícia de Proteção à Cidadania (DPPC), que atua em casos de lavagem de dinheiro, já se manifestou nos autos afirmando possuir elementos suficientes para o indiciamento dos três dirigentes por crimes como associação criminosa (antiga formação de quadrilha) e lavagem de dinheiro. A suspeita é de que receitas do próprio clube tenham sido desviadas para práticas ilícitas.
A investigação também envolve a empresa Rede Social Media Design LTDA, formalmente apresentada como intermediária no contrato com a VaideBet. No entanto, segundo os autos, a empresa, ligada a Alex Fernando André, conhecido como Alex Cassundé, não teria exercido qualquer papel de mediação. Para os investigadores, ela fazia parte do suposto esquema criminoso estimado em R$ 25,2 milhões ao longo de três anos.
Relatórios do COAF (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) também complicam a situação dos dirigentes. Cruzamentos de dados, somados à quebra de sigilo bancário, apontam movimentações suspeitas, como transferências para empresas ligadas ao crime organizado e depósitos em espécie, especialmente em uma conta bancária de Augusto Melo, localizada em Santa Catarina, a partir de dezembro de 2023.
Caso os indiciamentos se concretizem, o inquérito será encaminhado ao Ministério Público, que analisará o material coletado. O promotor Juliano Carvalho Atoji, do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), acompanha o caso desde o início e será responsável por decidir se oferece denúncia ou arquiva o processo.
Balanço financeiro apresentado ao Conselho de Orientação revelou um cenário ambíguo, enquanto a dívida continua alta, o clube bateu arrecadação histórica
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O Corinthians entregou ao Conselho de Orientação (Cori) o balanço financeiro referente ao exercício de 2023, revelando uma dívida bruta de R$ 2,568 bilhões. Apesar do elevado endividamento, o clube registrou o maior faturamento de sua história, alcançando R$ 1,115 bilhão.
A dívida total inclui os compromissos relacionados à Neo Química Arena, que representam uma parcela significativa do montante. O estádio, inaugurado em 2014, continua sendo um dos principais fatores de pressão sobre as finanças do clube.
O recorde de faturamento foi impulsionado por diversas fontes de receita, como direitos de transmissão, patrocínios, bilheteria e negociações de jogadores. Esse desempenho financeiro positivo demonstra a capacidade do clube em gerar receita, mesmo diante de desafios econômicos.
A apresentação do balanço ao Cori é um passo importante para a transparência e governança do clube. O conselho analisará os números e poderá propor medidas para equilibrar as finanças e reduzir o endividamento nos próximos anos.
A diretoria do Corinthians enfrenta o desafio de manter a competitividade esportiva enquanto busca soluções para a sustentabilidade financeira. A gestão eficiente dos recursos e a renegociação de dívidas serão fundamentais para o futuro do clube.
A troca constante de treinadores e os desafios enfrentados por interinos mostram a urgência de estabilidade no Corinthians em meio a mais uma transição
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O Corinthians, um dos clubes mais tradicionais do futebol brasileiro, tem enfrentado uma sequência de mudanças no comando técnico nos últimos anos. Desde 2021, seis treinadores estrearam com derrotas em suas primeiras partidas oficiais: Sylvinho, Vítor Pereira, Fernando Lázaro, Cuca, Vanderlei Luxemburgo e Mano Menezes. Essa série de resultados negativos nas estreias evidencia a dificuldade do clube em encontrar estabilidade e continuidade no comando técnico.
Além dos treinadores efetivos, os interinos também têm desempenhado papéis importantes durante as transições. Fernando Lázaro, por exemplo, teve duas passagens como interino antes de ser efetivado, demonstrando competência ao assumir o time em momentos delicados. Outro caso é o de Thiago Kosloski, que atuou como interino em 2024, mas deixou o clube após uma breve passagem.
A constante troca de treinadores tem impactado o desempenho da equipe. A falta de continuidade no trabalho técnico dificulta a implementação de uma filosofia de jogo consistente e a construção de um elenco coeso. Além disso, a pressão da torcida e da mídia por resultados imediatos contribui para a instabilidade no comando técnico.
Atualmente, Orlando Ribeiro, técnico do sub-20 do Corinthians, assumiu interinamente o comando da equipe principal após a saída de Ramón Díaz. Com experiência nas categorias de base e no futebol paulista, Ribeiro tem a missão de conduzir o time em um momento de transição, buscando resultados positivos enquanto a diretoria avalia opções para o cargo efetivo.
O histórico recente do Corinthians evidencia a necessidade de uma abordagem mais estratégica na escolha e manutenção de treinadores. A estabilidade no comando técnico é fundamental para o desenvolvimento de um projeto esportivo sólido e para o retorno do clube às conquistas que marcaram sua história.
Com três técnicos em menos de um ano, a atual gestão no Alvinegro Paulista enfrenta constante instabilidade e desafios de continuidade
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A gestão de Augusto Melo à frente do Corinthians tem sido marcada por uma instabilidade técnica significativa. Desde sua posse em janeiro de 2024, o clube passou por uma rotatividade constante no comando da equipe, com três treinadores efetivos e um interino, resultando em uma média de troca de técnico a cada cinco meses. Essa situação levanta questionamentos sobre a continuidade do trabalho e a falta de planejamento estratégico na condução do time.
A sequência de mudanças no comando técnico reflete uma tentativa de encontrar soluções rápidas para os desafios enfrentados pela equipe. No entanto, a constante troca de treinadores pode prejudicar o desenvolvimento de um estilo de jogo consistente e a adaptação dos jogadores às propostas táticas, impactando negativamente o desempenho em campo.
Além disso, a instabilidade no comando técnico pode afetar a moral do elenco e a confiança da torcida. A falta de continuidade nas orientações e estratégias pode gerar insegurança entre os jogadores e dificultar a construção de uma identidade sólida para a equipe, comprometendo os objetivos do clube nas competições.
A situação atual exige uma reflexão profunda sobre a gestão esportiva do Corinthians. A busca por resultados imediatos não pode sobrepor a necessidade de planejamento a longo prazo e estabilidade na comissão técnica. É fundamental que a diretoria do clube estabeleça uma visão clara e estratégias consistentes para superar os desafios e alcançar o sucesso desejado.
Em suma, a rotatividade no comando técnico do Corinthians sob a gestão de Augusto Melo evidencia a necessidade urgente de uma abordagem mais estruturada e planejada. A continuidade e o planejamento são essenciais para o desenvolvimento da equipe e para o retorno da confiança da torcida, elementos cruciais para o sucesso do clube no cenário nacional e internacional.